O CONFIDENTE SUMIDO
Quando um amigo morre, uma coisa não lhe perdoamos: como nos deixou assim sem mais nem menos, assim no ar, em meio de algo que lhe queríamos dizer ou pior ainda - em meio do silêncio a dois no bar costumeiro? Que outros hábitos, que outras relações terá ele arranjado? Que novas aventuras ou desventuras de que não nos conta nada?
A nós, que sempre fomos tão bons confidentes...
Que poderemos fazer?
Mas, na verdade, os vivos e os mortos sempre tivemos uma coisa em comum: não acreditamos muito uns nos outros...
(Mario Quintana - A Vaca e o hipogrifo)
A nós, que sempre fomos tão bons confidentes...
Que poderemos fazer?
Mas, na verdade, os vivos e os mortos sempre tivemos uma coisa em comum: não acreditamos muito uns nos outros...
(Mario Quintana - A Vaca e o hipogrifo)